sábado, 11 de julho de 2015

Aula 2 - Fome de Deus (Resumo)

Crisma da Paróquia de Nossa Senhora da Guia


Lembre-se
FOME DE DEUS
·  Todos queremos ser felizes. É um desejo que levamos em nosso interior.



·  A felicidade que desejamos não é uma felicidade qualquer. Desejamos ser infinitamente felizes.



·  Nem o mundo nem as coisas que passam podem saciar nosso desejo de felicidade.



·  Somente alguém infinito pode saciar um desejo que é infinito, DEUS. Encontrando com Ele, podemos ser plenamente felizes.



«És grande, Senhor, e digno de todo o louvor. Fizeste-nos para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti»
 – Santo Agostinho


De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem enfermar, estas formas de expressão são tão universais que bem podemos chamar ao homem um ser religioso.


A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus. Se existe, é apenas porque foi criado por amor por Ele e, constantemente conservado, também por amor. Só pode viver plenamente segundo a verdade se reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador.


Porque existe no homem o desejo de Deus?

Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o desejo de O ver. Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre n’Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que ele procura sem descanso. Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao homem a sua dignidade fundamental.



Se você quer ser uma pessoa autêntica deve tomar contato com a fome que há em você e deixar que flua em sua vida, para que possa responder adequadamente. No fundo só importa sua fome e a resposta a essa fome. Se você não a experimenta tomando contato consigo mesmo, não vai poder valorizar adequadamente a resposta.


Aula 3 - A Revelação de Deus (Resumo)

Crisma da Paróquia de Nossa Senhora da Guia


Lembre-se
A REVELAÇÃO DE DEUS


·  A Revelação significa que Deus se abre, se mostra e fala ao mundo por livre vontade.



·  Toda a Escritura divina é um só livro, e esse livro único é Cristo, porque toda a Escritura divina fala de Cristo e toda a Escritura divina se cumpre em Cristo.



·  A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus escrita sob inspiração do Espírito Santo. Os quatro evangelhos ocupam um lugar central, dado que Jesus Cristo é o seu centro.



·  Ler a Sagrada Escritura significa pedir o conselho de Cristo.


«Existe outra ordem de conhecimento, que o homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças: a da Revelação divina».

Desfeita a unidade do gênero humano pelo pecado, Deus, em sua infinita bondade, quis comunicar quem Ele é e qual seu Plano de Amor. Esta comunicação é a Revelação. A aliança com Noé, a seguir ao dilúvio, exprime a relação com os homens reagrupados por países e línguas, por famílias e nações.


Para reunir a humanidade dispersa, Deus escolhe Abrão, chamando-o para deixar a sua terra, a sua família e a casa de seu pai, para o fazer Abraão, quer dizer, pai de um grande número de nações: «Em ti serão abençoadas todas as nações da Terra».


Depois dos patriarcas, Deus formou Israel como seu povo, salvando-o da escravidão do Egito. Concluiu com ele a aliança do Sinai e deu-lhe, por Moisés, a sua Lei, para que Israel O reconhecesse e O servisse como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e justo Juiz, e vivesse na expectativa do Salvador prometido.


«Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo seu Filho». Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele, o Pai disse tudo. Não haverá outra palavra além dessa.



Nenhum cristão autêntico deixa a transmissão da fé apenas ao cuidado dos especialistas. Somos cristãos para os outros. Isso significa que cada cristão autêntico deseja que Deus chegue também aos outros. “É frequente observar fios elétricos ao longo da estrada. Se a corrente não passa por eles, não há luz. O fio é o que somos tu e eu. A corrente elétrica é Deus. Temos o poder de a deixar passar através de nós e, assim, fornecer ao mundo a Luz, que é Jesus, ou de recusarmos que Ele se sirva de nós, permitindo, com isso, que a escuridão se alastre”.


Aula 4 - A Fé (Resumo)

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Lembre-se
A FÉ


·  A Fé é incompleta enquanto não se tornar operante no amor.



· Crer é essencialmente o acolhimento de uma Verdade que nossa razão não consegue atingir, um acolhimento simples e incondicional, como se se tratasse de uma prova.



·  Crer num Deus significa compreender que não bastam os fatos do mundo. Crer em Deus significa que a vida tem um sentido.



· Entre Deus e ciência natural não encontramos qualquer contradição. Eles não se excluem, eles completam-se e implicam mutuamente.


«A fé e a razão constituem como que duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da Verdade».

Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a Verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio.


Muitos afirmam que crer é demasiado pouco; eles querem é saber. A palavra “crer” tem, no entanto, dois sentidos. Se um pára-quedista, no aeroporto, perguntar ao empregado: “O pára-quedas está corretamente instalado?”, e este casualmente responder: “Hum, creio que sim...”, isso então não lhe bastará; ele quer mesmo saber. Se, todavia, ele tiver pedido a um amigo experiente para instalar o pára-quedas, e este lhe responder à mesma pergunta: “Sim, eu pessoalmente encarreguei-me disso. Pode confiar em mim!”. O pára-quedista, então, lhe responderá: “Está bem, acredito em ti!” Esta fé no amigo é muito mais que “conhecimento”, ela significa “certeza”.


Há muitos testemunhos de obediência da Fé, mas particularmente dois são importantes: Abraão, que, colocado à prova, «teve fé em Deus » e obedeceu sempre ao seu chamamento, tornando-se por isso «pai de todos os crentes»; e a Virgem Maria, que realizou de modo mais perfeito, durante toda a sua vida, a obediência da fé: «Faça-se em mim segundo a tua palavra».



Quem deseja crer precisa de um coração que escuta. Deus procura o contato conosco de múltiplas formas. Em cada encontro humano, em cada experiência da natureza que nos toca, em cada aparente acaso, em cada desafio, em cada sofrimento... Deus deixa-nos uma mensagem escondida. Ele fala-nos ainda mais claramente quando se dirige a nós pela sua Palavra ou pela voz da consciência. Ele trata-nos como amigos. Por isso, também nós, como amigos, devemos corresponder-lhe, crendo e confiando totalmente nEle, aprendendo a conhecê-lo cada vez melhor e a aceitar sem reservas a sua Vontade.


Aula 5 - Deus Trindade (Resumo)

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Lembre-se
DEUS TRINDADE


·  O Senhor nosso Deus é o único Senhor: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças.



· Iahweh é o mais importante nome de Deus no Antigo Testamento. Pode ser traduzido por “Eu sou Aquele que sou!



·  Onde existe o Amor existe a Trindade: um que ama, um que é amado e uma fonte de amor.


·  

«Se vês a caridade, vês a Trindade».

Para quem tem fé, todo o universo fala de Deus Uno e Trino. Desde os espaços interestelares até às partículas microscópicas, tudo o que existe remete a um Ser que se comunica na multiplicidade e variedade dos elementos, como numa imensa sinfonia. Todos os seres são ordenados segundo um dinamismo harmonioso que, analogicamente, podemos definir: "amor".


Cremos em um só Deus porque, segundo o testemunho da Sagrada Escritura, há um só Deus, e também porque, segundo as leis da lógica, só pode haver um. Se houvesse dois deuses, um seria a fronteira do outro. Nenhum dos dois seria infinito; nenhum, perfeito. Portanto, nenhum seria Deus.


Cremos num Deus em três pessoas. A Trindade divina é um insondável mistério: por um lado, baseia-se na unidade das três Pessoas; por outro, desenvolve-se numa diversidade pessoal do Pai, do Filho e do Espírito Santo. « Deus não é solidão, mas perfeita comunhão».


Os cristãos não adoram três deuses diferentes, mas um único Ser que desabrocha em três, permanecendo, contudo, um. Que Deus seja trinitário sabemo-lo por Jesus Cristo: Ele, o Filho, fala do seu Pai que está no Céu. Ele ora ao Pai e concede-nos o Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho. Por isso, somos batizados «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo».




A memória do Pai ilumina a identidade mais profunda dos homens: de onde vimos, quem somos e quanto é grande a nossa dignidade. Certamente, provimos de nossos pais e somos seus filhos, mas também viemos de Deus, que nos criou à sua Imagem e nos chamou para sermos seus filhos. Por isso, na origem de todo o ser humano não existe a sorte ou a casualidade, mas um projeto de amor de Deus. Foi o que nos revelou Jesus Cristo, verdadeiro Filho de Deus e homem perfeito. Ele sabia de quem provinha e de quem provimos todos: do amor de seu Pai e nosso Pai.


Aula 6 - O Pai e a Criação (Resumo)

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O PAI E A CRIAÇÃO

·  Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom.



·  Não somos o produto casual e sem sentido da evolução. Cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus. Cada um é desejado, cada um é amado, cada um é necessário.



· Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém.

«Quem dentre vós, sendo pai, dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão?»

Veneramos Deus, primeiramente, por ser Pai, porque Ele é o Criador e se encarrega das suas criaturas cheio de amor. Além disso, Jesus, o Filho de Deus, ensinou-nos a considerar o seus Pai como Nosso Pai. Diversas religiões pré-cristãs conheciam já o título divino de “Pai”, e sabia-se também que Ele era como uma Mãe; o pai e a mãe representam, na experiência humana, a origem e a autoridade, a proteção e o sustento. Jesus mostrou-nos como Deus é realmente Pai: “Quem me vê, vê o Pai”.


Deus é que, para lá do tempo e do espaço, tirou o mundo do nada e chamou todas as coisas à existência. Tudo quanto existe depende de Deus e tem, assim, durabilidade no Ser porque Deus quer que assim seja. A criação do mundo é, de certa forma, uma “obra comum” da Santíssima Trindade. O Pai é o Criador. O Filho é o sentido e o coração do mundo: “Por Ele e para Ele tudo foi criado”.


O mundo foi criado para a glória de Deus. Não há outro motivo para a Criação que não seja o amor. Nela se manifesta a majestade e a glória de Deus. Louvar a Deus não significa, porém, aplaudir o Criador. O seu humano não é um espectador da obra da Criação. Para ele, “louvar” Deus significa estar agradecido, juntamente com toda a Criação, pela própria existência.


A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem, o qual, graças ao enorme desenvolvimento da ciência e da técnica, nunca antes verificado na história, se tornou senhor da terra. Tal domínio sobre a terra parece não deixar espaço para a misericórdia. A verdade revelada por Cristo a respeito de Deus «Pai das misericórdias», permite-nos «vê-lo» particularmente próximo do homem, sobretudo quando este sofre, quando é ameaçado no próprio coração da sua existência e da sua dignidade.


Aula 7 - O Pecado Original (Resumo)

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O PECADO ORIGINAL


·   «A serpente disse, então, à mulher: “No dia em que dele comerdes, os vossos olhos se abrirão e sereis como deuses”.»



·  A essência do pecado é a rejeição de Deus e a recusa a aceitar o seu amor.



·   O mais grave não é cometer crimes, é não fazer o bem que poderia ter sido feito. É o pecado de omissão, que é nada mais que o não-amor.



·  Quando as mãos de Cristo foram pregadas na cruz, Ele pregou na cruz os nossos pecados.


«Onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus».

Deus não quer que o ser humano sofra nem morra. A ideia original de Deus para o ser humano era o Paraíso: vida eterna e paz entre Deus, o ser humano e o seu ambiente, entre homem e mulher.


O pecado é mais do que um comportamento errôneo; é também uma fraqueza física Na sua natureza mais profunda, essa rejeição ou destruição de algo bom é a recusa do Bem por excelência, isto é, a recusa a Deus. O pecado, a sua mais profunda e terrível dimensão, é a separação de Deus e, com isso, a separação da fonte da Vida, daí que a morte seja também a consequência do pecado.


O pecado original, no qual todos os seres humanos nascem, é o estado de privação da santidade e da justiça originais. É um pecado contraído e não cometido; é uma condição de nascimento e não um ato pessoal. Ele transmite-se aos descendentes de Adão com a natureza humana. Esta transmissão permanece um mistério que não podemos compreender plenamente. Em consequência, a natureza humana, sem ser totalmente corrompida, fica ferida nas suas forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte, e inclinada ao pecado. Tal inclinação é chamada concupiscência.



Deus só permite o mal para fazer surgir dele algo melhor. O mal no mundo é um mistério sombrio e doloroso. O próprio Crucificado perguntou ao Seu Pai: “Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?” Muito dele é incompreensível. Mas de algo temos a certeza: Deus é cem por cento bom. Ele nunca pôde ter sido o autor de algo mau. Deus criou o mundo bom, embora ainda não aperfeiçoado. Com violentas falhas e penosos processos, ele desenvolve-se até à definitiva perfeição. Pode distinguir-se aquilo a que a Igreja chama mal físico, como uma deficiência ingênita ou uma catástrofe natural, do mal moral, que atinge o mundo pelo abuso da liberdade.


Aula 8 - O Mundo em Crise (Resumo).doc

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O MUNDO EM CRISE


·  Não há caminho para a paz. A paz é o caminho.


·  A experiência demonstra que toda atitude de desprezo pelo ambiente provoca danos à convivência humana e vice-versa. Surge, assim, com mais evidência, um nexo incindível entre a paz com a Criação e a paz entre os seres humanos.


·  Não pensem que Deus ajuda a miséria. Deus não aprova as injustiças. As injustiças são um problema nosso.


· Amai os pobres e não lhes vireis as costas, pois, quando virais as costas aos pobres, virais as costas a Cristo. Ele próprio se fez faminto, nu, sem abrigo, para que tivéssemos a possibilidade de O amar.


«Ninguém deve pensar, como Caim, que não é responsável pela sorte do seu irmão».

O ódio, o egoísmo, as brigas entre amigos, os rancores, as traições, a desconfiança, as guerras e violências, a mentira, a solidão, a superficialidade, os problemas familiares e tantas outras manifestações da crise do mundo são realidades que deixam marca em nós.



É constrangedor ver uma globalização que dificulta cada vez mais as condições de vida dos pobres, que em nada contribui para resolver a fome, a pobreza e o desequilíbrio social, e que espezinha o ambiente. Estes aspectos da globalização podem levar a contraditórias reações extremas, como o nacionalismo, o fanatismo religioso e até o terrorismo.



O relativismo é a negação da existência da verdade. É a aceitação da diversidade de “verdades”, mesmo que sejam contraditórias entre si. A verdade não estaria definida pela realidade, mas pelo sujeito – a pessoa – que define a verdade a partir de sua subjetividade. Assim a pessoa acredita-se a medida das coisas. A máxima do relativismo é: “a verdade é relativa”. E atualmente isto impacta principalmente o campo da moral.



Ninguém pode ser (totalmente) julgado por algo que fez sob pressão, medo, desconhecimento, influência de drogas ou poder de maus hábitos. O ser humano é responsável por tudo o que faz consciente e de livre vontade. Quando mais uma pessoa conhece o bem e atua no bem, tanto mais se afasta da escravidão do pecado. Deus deseja todas as pessoas livres, que possam assumir a responsabilidade por si mesmas, pelo meio e por todo o planeta. Também, ao que não é livre, se dedica o amor misericordioso de Deus, que lhe oferece a cada dia a oportunidade de se deixar libertar.


Aula 9 - O Pecado em Minha Vida (Resumo)

Crisma da Paróquia de Nossa Senhora da Guia


Lembre-se
O PECADO EM MINHA VIDA


·  A consciência é o centro mais secreto e o santuário do ser humano, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser.


·  A virtude é o que uma pessoa faz com paixão; o vício é o que uma pessoa, por paixão, não consegue deixar.


·  TER: Trata-se de por a felicidade, a realização naquilo que podemos ter como se as coisas passageiras pudessem preencher o coração humano.


·  PODER: É o desejo desordenado por manter tudo sob controle, dominado, no fundo numa tentativa artificial e ingênua de conseguir certa segurança.


· PRAZER: colocar como importante o prazer egoísta deixando de lado toda outra finalidade.


« Onde abundou o pecado, superabundou a graça. »
Sobre o pecado original, diz o Papa que se deve compreender que todos carregamos dentro de nós uma gota do veneno daquela forma de pensar que é ilustrada no livro do Gênesis (relato da queda de Adão e Eva). O ser humano não confia em Deus. Seduzido pelas palavras da serpente, levanta a suspeita de que Deus é um adversário que restringe a nossa liberdade, e de que só seremos verdadeiramente humanos quando pusermos Deus de parte. O ser humano não quer receber de Deus a existência e a plenitude da sua vida. E, na medida em que o faz, confia na mentira em vez da verdade e precipita a sua vida no vazio, na morte.


Em consequência do pecado original, a natureza humana, sem ser totalmente corrompida, fica ferida nas suas forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte, e inclinada ao pecado. Tal inclinação é chamada concupiscência.


O ser humano tem capacidade para distinguir as ações boas das más, porque possui razão e consciência, que lhe permitem juízos claros. Existem algumas diretrizes que ajudam a distinguir as boas das más ações: 1) Aquilo que faço deve ser bom; não basta uma boa intenção. Roubar é sempre mau, mesmo que o faça com boa intenção de ajudar pessoas pobres. 2) Mesmo que aquilo que eu faço seja realmente bom, a má intenção com que o faço torna má toda a ação. Acompanhar uma senhora idosa até em casa e ajudá-la a entrar são ações boas; se o fizer para preparar um futuro assalto, torno má essa ação. 3) As circunstâncias em que uma pessoa atua pode, diminuir a responsabilidade, embora não mudem em nada o bom ou mau caráter dessa ação. Bater na mãe é sempre mau, mesmo que antes a mãe tenha dado pouco amor ao filho.



Muitas vezes temos preferido não ver essa realidade. Pelo contrário, temos procurado preencher nossas vidas com coisas que nos façam sertir bem, que preencham nosso tempo, que não nos façam pensar, que nos ofereçam algum tipo de prazer, com o que sejamais fácil e mais agradável, Vivemos no engano, na mentira.  .

Aula 10 - Deus Não Abandona o Homem (Resumo)

Crisma da Paróquia de Nossa Senhora da Guia


Lembre-se
DEUS NÃO ABANDONA O HOMEM


·  Deus é tão grande que se pode tornar pequeno. Deus é tão poderoso que se pode fazer indefeso, aproximando-se de nós como uma criança indefesa, para que o possamos amar.



·  Uma religião sem mistério só pode ser uma religião sem Deus.



· A dignidade humana é colocada em jogo quando Deus não ocupa o primeiro lugar. Por isso, pede-se insistentemente que o ser humano contemporâneo seja levado a descobrir a verdadeira face de Deus, que se revelou em Jesus Cristo.



· Ele tornou-se aquilo que somos, para poder fazer de nós aquilo que era.


«Haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte».

E Jesus disse: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado’”.

Evangelho de São Lucas 15, 11 - 32



Aula 11 - Jesus Cristo - Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem (Resumo)

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Lembre-se
JESUS CRISTO: VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM


·  Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus.



· Ele é a imagem de Deus invisível, o primogênito de toda a criatura. Por Ele e para Ele tudo foi criado.



·  Ele permaneceu o que era e assumiu o que não era.



· Jesus é único não apenas porque nos mostra a verdadeira essência de Deus, mas também porque é o verdadeiro ideal do ser humano.


« O Verbo se fez carne e habitou entre nós ».

Deus não fica assistindo à forma sucessiva como o ser humano se destrói a si mesmo e ao seu ambiente, através da reação em cadeia do pecado. Ele envia-nos Jesus Cristo, o Salvador e Redentor, que nos arranca do poder do pecado. A consequência do pecado é a morte. Mas a consequência do pecado é também a maravilhosa solidariedade de Deus, que nos envia Jesus como amigo e salvador. Por isso, o pecado original é também feliz culpa.


Jesus foi mais que um ser humano ideal. Até os pretensos seres humanos ideais são pecadores. Por isso, nenhum ser humano pode ser a medida do ser humano. Jesus, por sua vez, não cometeu pecado. Só com Jesus Cristo, “em tudo igual a nós, exceto no pecado” compreendemos o que significa “ser humano” e o que faz a humanidade ser, no mais autêntico sentido da expressão, infinitamente digna de amor. Jesus, o Filho de Deus, é o ser humano verdadeiro por excelência. Nele reconhecemos o que Deus pretende de nós.


Quando Jesus se declara como “Filho Unigênito de Deus”, fica expresso que, em toda a humanidade, apenas Jesus é mais que um ser humano. E pela ressurreição, torna-se evidente que Jesus Cristo é realmente o Filho de Deus.


O ser integral de Jesus implica que Ele possuía uma alma (psique) e que se desenvolvia “psiquicamente”. Nesta alma habitava a sua identidade humana e a sua especial autoconsciência. Jesus sabia de sua unidade com o Pai celeste no Espírito Santo, pelo qual se deixava guiar em todas as situações da vida.


Deus, através da Encarnação, deu à vida humana aquela dimensão, que intentava dar ao homem já desde o seu primeiro início e deu-a de maneira definitiva. Com este ato redentor a história do homem atingiu, no desígnio de amor de Deus, o seu vértice. Deus entrou na história da humanidade e, enquanto homem, tornou-se sujeito à ela, um dos milhares de milhões e, ao mesmo tempo, Único!